Carta de Liberação
Hoje escrevo não para esquecer, mas para lembrar com mais calma.
Lembrar que amei com o que eu tinha, que entreguei o que pude, e que até meus erros foram tentativas de acertar.
A verdade é que há um tempo venho carregando um peso que já não me cabe. Me acostumei a esperar por gestos que não vieram, a construir castelos no tempo da ausência, a sustentar sozinhos laços que precisavam ser de dois. E por mais que o coração peça retorno, hoje eu compreendo: o que não floresce com liberdade, não é amor — é prisão.
Por isso, eu solto.
Solto o que não me escolheu com inteireza.
Solto a dor que ficou onde já não há presença.
Solto a esperança forçada, o medo de recomeçar, e os pedaços de mim que aprisionei em promessas que não se cumpriram.
Eu agradeço. Pelo que foi amor, pelo que foi aprendizado, e até pelo que foi ilusão — porque até da queda, nasce a força.
A partir de agora, recolho meus fragmentos e os abraço com ternura.
Eu me escolho. Me curo. Me acolho.
E se for da vida cruzar caminhos novamente, que seja com leveza. Que seja com presença. Que seja com verdade.
Mas se não for, que o novo venha limpo, livre, e me encontre inteiro.
Hoje me liberto de viver em pausas.
Hoje digo sim à minha inteireza.
Hoje, sou um novo espaço para o amor chegar.
Com firmeza e esperança,
O Príncipe
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