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Corpos em Contenção

O corpo negro cai — e o chão já sabe o nome. A bala, não. 119 mortos. E o noticiário sorri: teve gol do Flamengo, teve festa, teve circo. Enquanto o morro sangra em silêncio, o país bate palma pra tragédia. “Eles escolheram o resultado”, diz o homem fardado, como se a morte fosse escolha e o racismo, coincidência. Eu sou negro. E podia ser eu. Podia ser o corpo caído, confundido com ameaça, com usuário, com bandido, com qualquer rótulo que justifique o tiro. Mas eu falo — porque ainda respiro, porque o cuidado também é trincheira. Sou Redutor de Danos, e sei que cada corpo vale. Cada pedra, cada seringa, cada escolha, traz uma história que o Estado não quer ouvir. Eles chamam de guerra, mas é genocídio. Chamam de limpeza, mas é epistemicídio. Matam o corpo, matam o saber, matam o direito de existir fora do padrão. E eu lamento. Lamento por mim, pelos meus, pelos que ficaram no chão, pelos que o crack não matou, mas a polícia sim. Pão e circo. ...

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