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Quando a Emenda é Maior do que o Soneto

 Primeiro, tentei escrever um amor inteiro, mas a urgência em curar o que ainda latejava fez o poema nascer torto, como quem começa um soneto sem saber se o último verso vai caber. Emendei abraços novos sobre rachaduras antigas, e cada sorriso colocado às pressas se soltava na primeira lágrima, mostrando que havia buracos demais para esconder. Depois, outra costura: sombras que ficam, mesmo sem nome. Fazem vinco no papel, enrugam o verso no mesmo lugar, lembrando que algumas presenças não precisam ser citadas para continuarem conversando baixinho com a gente. E eu, fingindo não ouvir, apertava a linha da ansiedade, do medo, da vontade de ser amado e o fio se embolava como quem tenta esconder o que ainda sangra. Desmanchei pontos. Reaprendi que amar não é costurar outra pessoa em mim para que ela pareça inteira. É aceitar que cicatrizes fazem parte do corte do tecido. Quando a emenda cresce mais do que o soneto, é sinal de que é hora de escrever outro poema, sem fita adesiva emocion...

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